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Mercado de Trabalho

Pesquisa mapeia atuação de engenheiros agrimensores e engenheiros cartógrafos

São mais de 15 mil profissionais registrados em todo o país e só o estado de São Paulo responde por cerca de 20% desse total, em uma modalidade que reúne engenheiros agrimensores, engenheiros cartógrafos, engenheiros de geodésia, engenheiros em topografia rural, engenheiros geógrafos, engenheiros topógrafos, geógrafos e tecnólogos, além das fusões de títulos que também começam a ocupar seu espaço, já que o uso integrado das geotecnologias tem aproximado as partes inclusive nas universidades.

Para entender e analisar as condições do mercado de trabalho da modalidade, especificamente para engenheiros cartógrafos e engenheiros agrimensores, a Associação Brasileira dos Engenheiros Cartógrafos (ABEC) e a Associação Profissional dos Engenheiros Agrimensores no Estado de São Paulo (APEAESP) uniram-se para realizar um levantamento inédito cujos objetivos eram, entre outros pontos, promover o autoconhecimento da categoria, reforçar a busca por valorização profissional e identificar tendências futuras.

Participaram da pesquisa pouco mais de 300 profissionais de mais de 100 municípios brasileiros (em uma amostra predominantemente masculina, ocupando mais de dois terços do total), a maioria formada entre os anos de 1990 e 2010 (egressos predominantemente da UNESP) e atuando em atividades como coleta de dados, planejamento e geoprocessamento, geralmente em empresas privadas do estado de São Paulo.

O mapeamento mostrou que a renda média mensal desses profissionais gira em torno de 9,75 salários mínimos, com um leve predomínio de contratos CLT no setor privado (55%) em relação ao setor público (45%). Para os que ocupam cargos de gestão e, portanto, concentram mais responsabilidades, a média sobe para 11,1 salários mínimos. A pesquisa mostra também o alto nível de especialização dos entrevistados: aqueles com mestrado já superam os profissionais com apenas uma graduação.

Além de reafirmar a importância das atividades desses profissionais em diversos setores da economia, os resultados mostram que essa parceria entre as associações pode ser a chave para prever tendências do mercado de trabalho e, assim, colaborar para o planejamento das carreiras. Um nicho ainda pouco explorado, por exemplo, é o que envolve perícias, pareceres técnicos, arbitragens e laudos, previstos pela Resolução nº 1.073/2016 do Confea.

“As empresas buscam e não estão encontrando profissionais para atuar no mercado de trabalho. Um dos pontos que a gente observa é que as pessoas estão se qualificando e não querem mais ser empregados: estão preferindo atuar como autônomos e virar empregadores”, ressalta o engenheiro agrimensor Francisco de Sales Vieira de Carvalho, presidente da APEAESP, entidade que representa no Plenário do Crea-SP.

No entanto, o empreendedorismo na área ainda pode ser considerado incipiente. “Há poucos empresários no ramo, mas há espaço para o surgimento de novas iniciativas, pois o custo da tecnologia tem favorecido a criação de novas e bem equipadas empresas de pequeno porte”, analisa o engenheiro cartógrafo João Fernando Custódio da Silva, presidente da Regional São Paulo da ABEC e conselheiro do Crea-SP.

Cerca de um terço dos entrevistados declaram-se donos de seus próprios negócios, enquanto quase metade da amostra revela exercer atividades técnicas e operacionais e executar mais de uma função. “É interessante notar que se escolhe ser engenheiro e, ao longo da carreira, percebe-se também um administrador que lidera equipes e empresas”, conclui João Fernando.

Reportagem: Jornalista Perácio de Melo – SUPRICOM/Crea-SP

Fotos: APEAESP e ABEC-SP (ENEAC)