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Infraestrutura verde é chave para resiliência urbana, aponta diretor do MMA

A adaptação das cidades aos impactos das mudanças climáticas exige planejamento integrado, participação social e ações concretas que promovam qualidade de vida. Essa foi a mensagem central da palestra ‘Cidades Verdes e Resilientes’ de Maurício Guerra, diretor de Meio Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA).

Apresentada no dia 9 de agosto durante o Colégio de Inspetores de 2025 e o 12º Congresso Estadual de Profissionais (CEP) do Crea-SP, no espaço Mercado Pago Hall, no Mercado Livre Arena Pacaembu, a atividade integrou a programação em um dos quatro palcos temáticos e simultâneos do evento.

Guerra apresentou o Plano Clima 2024-2035, programa nacional que estabelece metas para mitigação de gases de efeito estufa (GEE) e para adaptação das cidades diante das ondas de calor, alagamentos, estiagens e acontecimentos extremos. O diretor destacou que, nas últimas décadas, a frequência e a magnitude dos desastres relacionados à mudança climática vêm crescendo, com impactos cada vez mais severos para a saúde pública, a economia e a infraestrutura urbana.

Segundo o arquiteto e urbanista, que é mestre em Engenharia Civil, a intervenção humana é determinante para o aumento da temperatura global, sendo que 85% das emissões de GEE atualmente estão ligadas à queima de combustíveis fósseis. Ele indicou que a infraestrutura verde está entre os pilares do Plano e foi apontada como ferramenta central para a resiliência.

A instalação de parques, corredores ecológicos, áreas permeáveis e pontos arborizados ajuda a reduzir o efeito das ilhas de calor, melhorar o microclima e ampliar a biodiversidade. “Cidades resilientes precisam garantir que cada cidadão tenha, ao menos, três árvores visíveis da janela, com cobertura arbórea mínima de 30% nos bairros e áreas verdes acessíveis a até 300 metros de distância”, defendeu Guerra.

O Programa Cidades Verdes Resilientes, instituído pelo Decreto nº 12.041/2024, que integra ações de adaptação climática, mobilização social e fortalecimento da infraestrutura verde nos centros urbanos, também foi apresentado como alternativa viável. “Não basta mitigar as emissões. É preciso redesenhar nossas cidades para que sejam mais justas, seguras e preparadas para o futuro”, concluiu.

Participação técnica do Crea-SP na agenda de arborização urbana

O Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), desenvolvido pelo MMA em parceria com a rede global Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), é uma das iniciativas associadas ao Programa Cidades Verdes Resilientes e conta com apoio técnico do Sistema Confea/Crea, que tem participado, por meio de representantes da área tecnológica, das oficinas de estruturação das diretrizes.

O PlaNAU busca fortalecer a infraestrutura verde urbana para mitigar efeitos das mudanças climáticas, promover biodiversidade, proteger encostas e melhorar a qualidade de vida. A primeira oficina ocorreu em Campinas, no mês de julho, com cerca de 200 participantes de mais de 70 municípios da região Sudeste. Além disso, a iniciativa será um dos instrumentos apresentados nas atividades preparatórias para a 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP30), em Belém (PA), em novembro.

 

Produzido pela CDI Comunicação